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As IAs morreram.

Entenda porque Ilya Sutskever, o pai das IAs, afirma que as IAs, do jeito que conhecemos (grandes LLMs genéricas) já morreram.

O Fim da Era das IAs Tradicionais — e o Início Inevitável das Agentic AIs

Nos últimos anos, vivemos uma contradição: modelos de IA cada vez mais impressionantes nos benchmarks, mas incapazes de entregar impacto proporcional na vida real. O mundo celebrava evals super-humanos enquanto enfrentava códigos quebrados, repetições absurdas, bugs em looping e falta de generalização prática.

A verdade desconfortável emergiu:
as IAs tradicionais atingiram um limite estrutural.
E como afirmou Ilya Sutskever — cofundador da OpenAI e hoje no SSI — “tem algo estranho acontecendo”.

Este artigo explica por que essa era acabou e por que Agentic AI se tornou não só inevitável, mas prioritária.


1. Por que as IAs morreram?

1.1. A contradição que explodiu: super-humanas nos testes, frágeis na prática

Sutskever descreve o paradoxo:

“Os modelos vão muito bem nos evals... mas o impacto econômico está dramaticamente atrás.”

Somos capazes de ver:

  • Modelos que resolvem olimpíadas de matemática

  • Mas não conseguem corrigir o próprio bug com consistência

  • Ou que alternam entre corrigir um erro e recriar o anterior em looping (“bug → fix → novo bug → fix → bug antigo”).

O diagnóstico: generalização real continua fraca, mesmo com pré-treinamento massivo.


1.2. Pré-treinamento deixou de escalar

O motor da revolução 2018–2024 foi extremamente simples:

Mais dados + mais parâmetros + mais compute = melhor modelo.

Mas como Sutskever aponta:

  • Os dados “naturais” do mundo acabaram.

  • Aumentar compute gera ganhos marginais.

  • Escalar pré-treinamento virou um “jogo de retorno decrescente”.

Estamos oficialmente no fim da “era do scaling”.


1.3. RL virou um remendo — não uma solução

Segundo Sutskever:

  • RL hoje é usado para “treinar para o eval”, não para gerar inteligência geral.

  • Laboratórios criam ambientes artificiais focados em resultados de testes.

  • Isso gera recompensa hackeada: modelos otimizam métricas, não comportamento real.

O resultado: habilidades estreitas, frágeis e pouco generalizáveis.
Ou como Sutskever resume:

“Os modelos são como o estudante que treinou 10.000 horas para competições. Excelente no torneio, ruim no trabalho real.”


1.4. Falta o ingrediente humano: capacidade de aprender continuamente

Humanos:

  • aprendem com poucos exemplos

  • corrigem-se enquanto fazem

  • entendem valor e contexto

  • transferem aprendizado entre domínios

Modelos:

  • precisam de milhões de exemplos

  • não sabem avaliar se estão indo bem ou mal

  • não têm “valor functions” internas

  • não têm autocorreção robusta

  • não conseguem aprender de forma contínua no mundo real

Por isso, na visão de Sutskever:

“As IAs não sentem poder. Não parecem inteligentes. Continuam errando de maneiras impossíveis para humanos.”


Conclusão parcial: as IAs tradicionais morreram porque…

  • Escala não resolve mais.

  • Eval não significa inteligência.

  • RL atual gera modelos míopes e especializados demais.

  • Não existe generalização robusta.

  • Não existe aprendizagem contínua real.

A era do “prompt → resposta” acabou.


2. Por que Agentic AI é o próximo passo inevitável

Agentic AI nasce para corrigir precisamente esses gargalos.

Ela não é apenas um modelo “melhorado”.
É uma arquitetura diferente, com foco em:

  • objetivos, não prompts

  • planejamento

  • raciocínio multi-passo

  • execução autônoma

  • autocorreção

  • governança

  • aprendizado contínuo

  • integração com sistemas reais

Em vez de “responder ao que o usuário pede”, ela:

Define caminhos → age → monitora → ajusta → busca metas.

É a transição de ferramenta para agente.


2.1. Por que o mundo precisa de agentes agora

Com os limites do pré-treinamento e RL atual, avançar exige:

✓ Um sistema que age no mundo real, não apenas em datasets

✓ Aprendizado contínuo (não estático)

✓ Valor functions internas

✓ Autonomia com supervisão humana

✓ Capacidade de se adaptar em loop fechado

✓ Robustez — não apenas competência em ambientes artificiais

É isso que Agentic AI entrega.


3. O argumento mais profundo: estamos entrando novamente na “era da pesquisa”

Sutskever descreve assim:

  • 2012–2020: Era da Pesquisa

  • 2020–2024: Era da Escala (pré-treinamento)

  • 2025+: Fim da escala → volta da pesquisa fundamental

E o foco da nova era é claro:

generalização, valor functions, aprendizado contínuo e agentes autônomos.

Essa é exatamente a agenda de Agentic AI.


4. O que Ilya revela (e nunca havia sido dito tão claramente)

4.1. O modelo atual não leva à superinteligência

Ele afirma diretamente:

“O que as pessoas estão fazendo hoje vai até certo ponto… e para.”

Não é suficiente para:

  • inteligência geral

  • aprendizagem humana

  • robustez

  • entendimento do mundo

  • segurança real

Por isso, ele aposta em novas abordagens — que levam direto aos princípios de agentes autônomos.


4.2. O futuro são agentes que aprendem como humanos

Sutskever é explícito:

“Superinteligência será um agente capaz de aprender como um humano — mas muito mais rápido.”

Não um modelo pré-treinado gigante.
Não um LLM.
Não um sistema estático.

Mas um agente contínuo, que aprende fazendo.

Exatamente a definição moderna de Agentic AI.


4.3. E esses agentes precisam ser implementados cedo — na prática, não na teoria

A frase mais importante:

“Você precisa mostrar a IA. Não dá para imaginar o que ela será. O mundo precisa vê-la sendo usada.”

Isso justifica por que empresas estão correndo para lançar agentes (OpenAI, Anthropic, Google, Meta, Perplexity etc.).

O mundo precisa se adaptar antes que eles se tornem muito poderosos.


5. O que isso significa para empresas, criadores e governos

5.1. As IAs tradicionais continuarão sendo úteis — mas como ferramentas

Assistentes, chatbots e geradores continuarão existindo.
Mas serão aplicativos, não o núcleo da inteligência.

O núcleo será agentic.


5.2. Agentic AI será a força de trabalho da nova economia

Ela:

  • executa tarefas ponta a ponta

  • opera sistemas complexos

  • aprende com dados reais

  • trabalha como um “estagiário super-humano”

  • escala operações sem escalar pessoas

É força de trabalho digital.


5.3. Quem não adotar vai desaparecer

Empresas com força de trabalho agentic terão:

  • custos 80% menores

  • velocidade muito maior

  • qualidade mais alta

  • capacidade de operação 24/7

  • vantagem competitiva acumulativa (aprendizagem)

Não existe competição possível.


6. Conclusão — a IA do passado morreu, e o futuro é agentic

A combinação de:

  • estagnação do pré-treinamento

  • limites absolutos do RL atual

  • falta de generalização

  • falta de valor functions

  • incapacidade de aprender no mundo

  • comportamento frágil

  • alta repetição e erro circular

  • baixa robustez

  • economia incapaz de absorver modelos estáticos

torna a conclusão inevitável:

IAs tradicionais morreram como paradigma dominante.
Agentic AI é a nova infraestrutura de inteligência da economia global.

Ou como Sutskever disse:

“As pessoas não conseguem imaginar o que está chegando. Mas vão sentir. E será muito poderoso.”

Estamos entrando na nova era.

E quem começar agora sai anos na frente.


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