Essa é a sétima edição do relatório e, sem exagero, é a mais completa até agora. Ele reúne dados, análises e tendências sobre tudo que envolve inteligência artificial no planeta — do avanço técnico aos impactos sociais, da educação às políticas públicas. E como a IA nunca teve tanto espaço nas nossas vidas, esse relatório veio na hora certa.
Se você quer entender de verdade onde a IA tá mandando bem, onde precisa melhorar e como ela tá mudando o mundo, esse é o conteúdo ideal. Bora ver os pontos mais importantes?
IA tá ficando cada vez mais braba (mas ainda tem muito chão)
Nos últimos anos, a IA evoluiu de um jeito absurdo. Em 2023, modelos como GPT-4, Claude 3 e Gemini mostraram do que são capazes: entendem dezenas de idiomas, processam imagens, áudios e até explicam memes.
Em benchmarks que avaliam o desempenho, esses modelos já superaram seres humanos em várias tarefas — como classificação de imagens e compreensão de texto em inglês. Mas nem tudo são flores: em matemática nível competição, raciocínio complexo e bom senso visual, eles ainda apanham.
E não para por aí: a chegada dos modelos multimodais (que lidam com texto, imagem, áudio, etc.) mostra que a IA tá deixando de ser “especialista” e virando generalista. É o caminho pra criar agentes mais próximos de um “assistente universal”.
Os modelos estão mais poderosos… e MUITO mais caros
A brincadeira ficou séria (e cara). Segundo o relatório, o custo de treinamento dos modelos mais avançados explodiu:
GPT-4 (OpenAI): ~US$ 78 milhões só em computação
Gemini Ultra (Google): ~US$ 191 milhões
Esses números mostram que criar uma IA top de linha virou algo que só empresas gigantes conseguem bancar — e isso levanta debates sobre acesso, equidade e monopólio tecnológico.
Open source tá em alta, mas os fechados ainda mandam melhor
Em 2023, 149 novos modelos de base foram lançados, e 65% deles foram abertos. A comunidade open source tá crescendo, e isso é excelente. Mas, quando o assunto é performance, os modelos fechados (como GPT-4 e Claude 3) ainda dominam os rankings — com até 24% de vantagem média.
Isso reforça uma discussão importante: como equilibrar abertura e qualidade, e como garantir que o avanço da IA beneficie todo mundo, e não só algumas empresas.
Estados Unidos na frente — e com folga
Os EUA continuam liderando na criação de modelos avançados. Em 2023, 61 modelos notáveis vieram de lá, contra 21 da União Europeia e 15 da China. Além disso, os EUA investiram US$ 67,2 bilhões em IA — quase 9 vezes mais que a China.
Enquanto isso, a China domina em patentes: 61% das patentes de IA vieram de lá em 2022. Desde 2010, os chineses multiplicaram por 31 o número de patentes aprovadas.
IA no mercado: menos vagas, mais produtividade
Surpreendentemente, o número de vagas em IA nos EUA caiu de 2% para 1,6% das ofertas de emprego. Mas calma, isso não quer dizer que o mercado esfriou. Pelo contrário:
55% das empresas já usam IA em pelo menos uma área
59% relataram aumento de receita graças à IA
42% reduziram custos com automação inteligente
E a cereja do bolo: estudos mostraram que a IA aumenta a produtividade e melhora a qualidade do trabalho, especialmente entre quem tem menos experiência técnica.
IA na ciência e na medicina: revolução em andamento
A IA não tá só respondendo perguntas no chat — ela tá acelerando descobertas científicas e médicas. Alguns exemplos de 2023:
AlphaDev: otimiza algoritmos
GNoME: descobre novos materiais
AlphaMissense e EVEscape: ajudam a prever mutações genéticas e pandemias
Além disso, o modelo GPT-4 Medprompt atingiu 90,2% de acerto em exames médicos simulados, superando de longe qualquer versão anterior. A FDA (agência americana reguladora de saúde) já aprovou mais de 130 dispositivos médicos baseados em IA.
O lado sombrio: deepfakes, viés político e falta de transparência
Nem tudo são boas notícias. O relatório também acende o alerta para alguns pontos preocupantes:
Deepfakes políticos estão ficando mais fáceis de criar e mais difíceis de detectar
Viés político: o ChatGPT, por exemplo, demonstrou favoritismo por partidos específicos nos EUA e Reino Unido
Falta de padrões: cada empresa usa métricas diferentes para medir responsabilidade e segurança — isso dificulta comparar riscos
Casos de abuso em alta: foram 123 incidentes registrados envolvendo uso indevido de IA só em 2023 — um aumento de 32%
Regulação e políticas públicas estão acelerando
O tema IA chegou de vez nos gabinetes do mundo todo. Em 2023:
Os EUA aprovaram 25 regulações sobre IA (em 2016, era só uma!)
A União Europeia fechou o acordo sobre o AI Act, uma lei histórica sobre o uso de IA
O número de países que mencionaram IA em debates legislativos quase dobrou
Ou seja, governos estão começando a levar o assunto a sério — mas ainda estão correndo atrás do prejuízo.
A opinião pública? Curiosa, mas com medo
A percepção das pessoas também mudou. Uma pesquisa global mostra:
66% acreditam que a IA vai mudar suas vidas nos próximos 3 a 5 anos
52% estão nervosos com produtos e serviços baseados em IA (aumento de 13 pontos em relação a 2022)
Nos EUA, a preocupação com a IA superou a empolgação pela primeira vez
O curioso é que os mais jovens e quem tem mais educação e renda são os mais otimistas. Já os mais velhos, mais céticos.
Conclusão: o futuro é agora — e precisa ser bem conduzido
O AI Index 2024 deixa claro: a inteligência artificial já não é mais coisa do futuro. Ela está no presente, moldando ciência, trabalho, saúde, política, e nossas vidas no geral.
O desafio está em equilibrar o uso positivo com os riscos. Isso passa por educação, regulação, transparência e colaboração global.
Aqui no HUB IA Brasil, seguimos acompanhando cada passo dessa revolução — e trazendo pra você o que realmente importa. E se quiser explorar os dados completos, é só acessar: aiindex.stanford.edu
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